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20º postal - Olá, falas cassubiano?

Escrito por 6.8.18

Kaszuby, maio 2018

Sonhamos sobre países distantes. Desejamos tudo o que nos parece exótico, diferente. Imaginamo-nos nas praias paradisíacas com ananás para o pequeno almoço e coco para o jantar...

Dei conta que quando mais longe viajo, menos interessada estou no meu próprio país. O país grande, bonito e com muita riqueza cultural. Por esta razão a partir deste ano acima de tudo começamos a conheçer a Polónia.

Kaszuby é uma região fantástica para aqueles que gostam de observar o mundo a andar de bicicleta. Várias reservas naturais, poucas cidades e a proximidade do mar fazem que apesar de bicicleta e uma tenda não se precisa nada mais para ser feliz. 

Pouco se sabe que cassubianos... não falam polaco. Bem, sabem língua polaca e falam-na fluentemente, mas a língua nativa deles é língua cassubiana/cassúbia - o único dos antigos dialectos eslavos da Pomerânia que sobreviveu. O cassubiano antigamente era chamado só de dialecto, mas desde 2005, é oficialmente considerado língua regional, que se ensina nas escolas cassubianas e até leciona na universidade. O cassubiano é quase incompreensível para mim - e portanto parece tão intrigante. 

Para estes que aprendem ou falam polaco uma avnentura interessante pode ser ouvir Radio Kaszëbë, o radio mais popular em cassubiano: http://radiokaszebe.pl/godome-po-kaszebsku/ 

Divirtam-se!

Manter a casa limpa sem limpar (muito) - um guia para trabalhadores, mães e preguiçosos

Escrito por 23.7.18
Estou nesta situação feliz que apesar de ser trabalhadora e uma pessoa preguiçosa em matéria de arrumar as coisas, também sou mãe. Ter crianças para uma pessoa que detesta limpar é a melhor desculpa de todos os tempos. Basta dizer: "estava a limpar, mas tenho um filho..." e até a maior inimiga ou a vizinha do andar de baixo (esta que olha sempre pela janela e sabe mais sobre a minha vida do que eu própria) e, às vezes, até a sogra param de se queixar da minha falta de vontade em limpar. 

No entanto, o que é que fazer quando o problema se torna mais complexo como, por exemplo, não ter filhos e portanto não poder acusar ninguém? Ou, mais simples, não gostar de limpar, mas ao mesmo tempo não querer viver numa casa que parece estar sempre depois de um furacão? 

Existem várias opções de lidar com isso: 

1. Ter muito dinheiro e contratar um serviço de limpeza
Provavelmente a melhor solução. Mas se lês este texto, nem menos provável é que precisas outras soluções para esta situação.

2. Investir num chão escuro
Não há nada que me arrependeria mais do que não tomar a decisão de mudar o chão claro na cozinha enquanto fizemos a renovação. Por isso cada um pingo (raramente doce), cada um cabelo caído, cada um "nada" tem um tamanho dum elefante adulto. Ainda pior, dum elefante achatado no chão. 

Então se só possível, invistam num chão escuro - é suficiente aspirá-lo de vez em quando para manter as aparências de que está limpo. Sei muito bem o que digo. Todo o resto dos meus quartos têm um chão escuro.

3. Comprar aspirador automático
Ainda melhor seja comprar um aspirador que consiga aspirar sem nossa ajuda. Não é tão preciso como um humano, mas se tivesse que escolher: ter casa completamente suja ou ter casa semi-limpa sem esforço mínimo – com certeza escolheria o segundo. 

4. Manter tudo em caixas
Este é uma solução que exige de nós mais esforço intelectual. Desde logo, é necessário inventar uma boa tática: classificar todas as coisas que possuímos. Em seguida deve-se colocá-las em várias caixas. Recomendavelmente - em armários.

Para quê fazer isso? Para poder não pensar nada-de-nada depois. Automação do processo de arrumar coisas arruma a nossa vida ao mesmo tempo. E deixa-nos pensar sobre prazeres ao mesmo tempo também. 

5. Fazer amizade com o minimalismo...
...e deitar tudo – TUDO – o que realmente não precisamos para sobreviver. 

Seria muito mais fácil limpar casa quando se tem 20 coisas em vez de 2000(0), não seria?

O que liga a linguística e a programação?

Escrito por 31.1.18
Não sei como é em Portugal, mas na Polónia quando alguém diz que é um humanista, a primeira ideia que chega a cabeça dos ouvintes é: ele só consegue ler livros, talvez escrever algo, e não sabe nada de matemática nem qualquer outra ciência lógica ou biológica. No mesmo momento desaparece totalmente a ideia bonita de humanismo que mostra o homem como a criatura pensada – que pode ampliar os seus horizontes em varias áreas, para a qual não existe um conceito de limite ou de impossibilidade. Portanto não estive muito surpreendida ao encontrar um cepticismo grande enquanto disse: Quero mudar a minha profissão! O meu objetivo será aprender programação!

De vez em quando vale a pena começar a fazer algo novo. Para refrescar a mente e para não parar de descobrir o mundo das varias maneiras. Uma transformação da área linguística para a tecnologia da informação não é nenhum passo muito estranho. Apesar das aparências, uma não fica tão longe de outra. Sinto que só alargaria as competenções novas. 


O testador de software é como o revisor

Passei anos a rever vários tipos de textos – os textos mais ou menos complexos, escritos melhor ou pior. Os textos sobre ornitologia, medicina, arquitetura, linguística... e muito outros. Mas o meu trabalho não significava apenas procurar os erros. Significava estar atenta por todo o tempo, saber onde e o que procurar e conseguir fazer isso tudo tão rápido como bem.

Procurar os erros em software é uma coisa semelhante: deve-se estar atento por todo o tempo, saber onde e o que procurar e conseguir fazer isso tudo tão rápido como bem. 

São só matérias diferentes nos quais se trabalha: a primeira, o texto, é estática e a segunda, o software, é dinâmica. Além disso, há mais métodos de testar programas, mais pode acontecer, mais é imprevisível.   

O programador é como o linguista

Porque é que nós utilizamos qualquer língua? Qual é a maior razão para falar com outras pessoas? A resposta é: fazemos isso tudo para se comunicar. A única diferença é que uma língua natural serve para se comunicar entre homens e que uma língua de programação – para se comunicar com computadores. 

Ambos tipos das línguas têm a sua sintaxe, a sua lógica, terminologia e regras que as mantêm em ordem. Portanto quando se gosta deste tipo de “brincadeira”, fazê-la pode dar muito prazer, não importa de quem a faz: o linguista ou o programador. 

E vocês, veem semelhanças ou diferenças entre línguas naturais e línguas de programação? Eu vejo muitas e vou escrever sobre elas na próxima vez.


19º postal - O pão fermentado

Escrito por 21.1.18

Ucrânia 2011

Ir ao leste da Europa e não provar o kvas (квас) é como se nunca fosse à Ukrânia, Belarus ou Russia. Isto é uma bebida tradicional cujo o melhor sabor vem de – também tradicional – barril. O barril pode-se encontrar em cada esquina, até numa pequena cidade qualquer. 

As primeiras menções de kvas vêm já de século X do Principado de Kiev. Além disso, escreve-se sobre ele em obras famosas como Os Irmãos Karamazov, Anna Karenina ou Guerra e Paz – é uma historia bastante longa e importante para as terras de leste.

O kvas é produzido num processo da fermentação de pão. Para o preparar basta água, pão, um pouco de açúcar ou frutas e levedura. É perfeito em dias calores quando se sente sede porque sacia-o muito bem. Nem todos gostam desta bebida, mas vale a pena prová-la pelo menos por curiosidade. É como a coca-cola, mas menos doce e menos artificial, é mais suave.

18º postal – Comer caracóis não é nada fácil

Escrito por 5.1.18

Portugal 2016

Foi a primeira vez quando comi caracóis. 

Ao início eles olharam para mim com um sofrimento grande pintado nos seus rostos. Antes até não suspeitava que eles podem ter a qualquer expressão facial. Mas tiveram. A tristeza avassaladora estava a distorcer os seus lábios... Pela minha cabeça passou uma grande vontade de fugir. Escapar pareceu a única solução desta situação.

Mas fugir sem provar caracóis? Só porque eles estão a olhar para mim? Fechei os olhos, tentei imaginar o mar com todas as paisagens bonitas deste Verão em Portugal. 

O sabor estava dominado por sal. E por nada mais, porque o corpo dum único caracól é tão pequeninho que é realmente difícil distingui-lo enquanto se come. Apesar disso, a usar um palito, muito corajosamente e nem menos persistentemente estava a remover moluscos de cascas. As pessoas chegaram ao restaurante e sairam dele, devorando os pratos de caracóis em 3 minutos. Eu acabei comer depois de 30 minutos.

Na verdede, esta foi uma refeição muito emocionante.

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