5 razões pelas quais não vale a pena fazer resoluções de ano novo

Escrito por 27.12.17
Fazer dieta, evitar o stress, deixar de fumar (ou de beber café), ser feliz. Mudar de emprego, ser mais activo, ganhar bom dinheiro, passar todo o tempo livre com a família... E tu, qual é a tua lista das resoluçoes de ano novo?

Li num sítio: “Criar metas para o ano novo motiva-nos a mudar, ajuda-nos a ter propósitos e objetivos para correr atrás.” – É uma bonita mentira. Uma mentira por causa só de duas palavras: “ano novo”. Porquê? Porque não vale a pena fazer resoluções de ano novo. Pelo menos por 5 razões:


1. São irreais

Vou repetir: fazer dieta, evitar o stress, deixar de fumar (ou de beber café), ser feliz. Tudo a partir do mesmo dia, do 1 de Janeiro. Com certeza a última coisa que sentisse depois de cortar todos os meus prazeres seria uma felicidade. E a primeira seria o stress se agora me alimento realmente bem e que sem parar penso sobre o café delicioso e aromático.

As resoluções de ano novo têm uma desvantagem básica: são mais os desejos grandes do que possibilidades verdadeiras. E claro: todos nós devemos sonhar, mas para fazer o nosso sonho se tornar realidade, temos que pensar sobre ele em condições de vida real. 


2. Não têm nenhuma justificação

Isso é verdade. Tomas alguma decição e fazes uma resolução só porque alguém tinha decidido 435 anos atrás que o calendário vai parecer como parece até hoje. Qual é a diferença entre 1 de Janeiro e 17 de Outubro? Qual é a diferença entre segunda-feira e quarta-feira? Qual é a diferença entre às 6.41 e às 12.00? Nenhuma. Somos nós que adoramos cortar a ideia abstrata do tempo em milissegundos.


3. Vais realiza-las no máximo por 2 semanas
Se já pensaste porque a tua paciência para realizar as resoluções dura nem mais do que duas semanas e ainda não encontraste nenhuma resposta, vê ponto 2. E ponto 1 também. Sem sentir que fazer isso a partir de ano novo tem sentido e sem plano razoável apenas o masoquista continua a agir. 

Então: se vais agir só por duas semanas, nem vale a pena começar nada.


4. Toda a gente faz resoluções
É sempre assim: quando todos são responsáveis por algo, ninguém se sente responsável. Quando fazes resoluções no mesmo tempo como todos os teus amigos, tios, filhos – como todo o mundo – é muito fácil até não começar a fazer mais nada do que só falar. 

Muito mais fácil será também ir para uma cerveja em vez do ginásio enquanto todos vão tirar o dia “de folga” na sua dieta e na evolução da condição física. A segunda cerveja, a terçeira, quarta e quinta serão apenas formalidades.


5. O novo ano não começa na segunda-feira
Oops. O ano 2018 começa na segunda-feira. Mas afinal vais acordar às 11.13 e esta não será nenhuma hora completa. Só podes realizar os seus planos a partir das 12.00. Contudo ainda resta muita comida depois da festa e alguém tem que a comer. Bem. A dieta deve esperar até amanhã. Até amanhã então podes estar sob stress que não estás na dieta. Portanto podes fumar – é compreensível, estás enervado. A partir de amanhã.

A partir de amanhã... espera um momento. Amanhã vai ser terça-feira, metade de semana. Tens que esperar mais seis dias. Para a próxima segunda-feira.


***
Mas calma, não te preocupes. Se realmente queres mudar alguma coisa, começa as mudanças

17º postal - As luzes de Viena

Escrito por 21.12.17

Viena, dezembro 2011 

Ouvi que Viena em dezembro é uma das cidades mais iluminadas na Europa. Talvez – não tenho uma experiência tão grande que me deixaria comparar Viena com muitos outros lugares nesta época de ano.  Mas o mercado de Natal lá é realmente bonito. Embora quase nunca compro coisas nesses tipos de mercados, às vezes gosto de visitá-los. E vê-los, pelo menos na internet (por exemplo olhem aqui). E vocês? Gostam? 

Feliz Natal e muitas prendas bonitas!

O inverno em Portugal e na Polónia

Escrito por 8.12.17
Não por acaso esta época do ano chama-se «Inverno». A similaridade com «o inferno» é obvia. E não por causa da temperatura. Não, não, não. Quem vive na Polónia, sabe bem que neste país durante o inverno a última coisa que se pode esperar é o calor tropical. Aliás, em Portugal também. No entanto, o inferno pode significar mais do que só temperatura alta. O inferno começa na cabeça enquanto o inverno está a chegar.  

Tanto em Portugal como na Polónia passar o inverno não é nada fixe. É tão ruim e tão ruim. Em qualquer lugar que estejas, deves lembrar da tua fragilidade que aparece – num instante – em contacto com o frio. A única diferença entre estes dois países é que passar o inverno em Portugal é mais fácil fora e na Polónia – em casa. 

Já chegou. Está a nevar na Polónia. Flocos de neve caem com alegria cobrindo a terra com uma colcha branca. E sim, tenho que admitir que isso parece bonito – até ficar em casa e não precisar sair dela. Infelizmente, ficar em casa com o bebé de nove meses de idade que tem sempre as baterias carregadas e sem parar quer subir a tudo também não é nada fácil. Então saímos. 


Começo a vestir-me quatro camadas de roupa. Enquanto faço isso tento vestir simultaneamente o meu filho. Ele chora. Eu tento alimenta-lo. Ele chora – não está com fome. Simplesmente não gosta de se vestir. Nem gosto eu. Ele chora mais alto. Visto a quarta camada da minha roupa. Volto a vesti-lo. Ele chora. Começo chorar e eu. O suor está a escorrer pelo meu nariz. Ainda o casaco dele. E luvas. E sapatos dele. E os meus sapatos. Choramos ambos... Finalmente está tudo feito. Depois 50 minutos de preparações estamos prontos. Lá fora o vento frio faz-me lembrar que estou suada e que logo posso ficar constipada. Corro um risco.

Com calma. Sem miúdos não é nada melhor. Apesar de que vestir só dura 10–15 minutos, o vento sopra na mesma maneira. A rua está igualmente escorregadia. Além disso, tráfego nas estradas está paralisado, mãos congelam em 30 segundos, o sol se põe às 15.00 e a única coisa sobre o que se sonha é adormecer em um sono de inverno numa casa quente. 

Ao contrário em Portugal. Lá durante o inverno não existe até o conceito da “casa quente”, muito menos a casa quente materializada. Já sei que para não congelar durante a noite em casa portuguesa deve-se ou ter um saco-cama de penas ou conhecer bem a técnica de se envolver firmemente em cinco cobertores. Não me sinto muito convencida com a ideia não ter nem metade de um aquecedor só porque o inverno em Portugal dura menos do que, por exemplo, na Polónia. Ou porque é menos suave: isso não é verdade. Em Portugal humidade é maior, o que de fato faz que muitas vezes senti-me lá como estivesse no frigorífico. Congelar na sua própria casa é uma forma de se mortificar, definitivamente.

Então – o que escolho? O verão.





16º postal – O Mar

Escrito por 1.12.17

Portugal 2009

É uma das primeiras impressões de Portugal. O Mar que, de verdade não é um mar qualquer – é um oceano infinito, ou seja, tem o seu fim, mas ele fica tão longe como só pode ficar o lado oposto duma quinta parte do mundo. 

Não sou uma pessoa apaixonada pela água – se pudesse, a maioria do meu tempo passaria nas montanhas. Mas há lugares e momentos inesquecíveis por causa das emoções que os acompanham. Especialmente lá, onde se experimenta a vastidão do espaço ou dos fenómenos. Paradoxalmente, lembrar-se de quão frágil e pequeno é um homem não sobrecarrega, todavia ajuda a aproveitar o facto da existência. 

A toda aventura com Portugal começou à beira do mar. 

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