A vida cheia de desafios

Escrito por 28.6.17
O mundo gira em torno dos desafios: nádegas firmes num mês, cabelo brilhante em 7 dias, a dieta sem doces por um ano, 52 livros em 52 semanas, ser feliz por 363 dias por ano. É bom pegar pelo menos num e contar publicamente como vai a realização dele.  

Desde que me lembro, agarro os desafios – estava a fazer isso mesmo quando não havia computador em minha casa e quando a ideia das redes sociais aparecia só nas cabeças de fãs de ficção cientifica. Sempre gostei de fazer planos, classificá-los, pô-los em ordem e realizar passo a passo. Sem planos morreria miseravelmente numa multidão de ideias e tentativas de implementá-las todas ao mesmo tempo. Portanto vou defender a ideia dos desafios, ainda que alguém vá dizer que não há dúvida que as minhas coxas não conseguirão emagrecer durante um mês!

A palavra é culpada de tudo

A mesma pessoa pode também perguntar: – Porquê viver sob pressão tão grande? Não seria mais fácil não ter nenhuma obrigação mais do que as que devemos ter na nossa vida?

– Não.

A palavra desafio associa-se muitas vezes a uma dedicação grande. As vezes também a uma ação sem sentido porque, por exemplo, é obvio que para alguém que jamais tenha feito qualquer actividade física e pega no desafio “fica como a Mel B em 3 meses!” é impossível ficar com um corpo atlético num trimestre.

Contudo simultaneamente vale a pena lembrar que o desafio feito dá também uma satisfação. Eu prefiro lembrar do prémio que está a esperar por mim do que as dificuldades (que não podemos contornar). Outra coisa é que o desafio pode dar prazer. Quando se gosta de correr e se pega o desafio „fazer a distância de 500 km em 5 meses”, enfrenta-se uma possibilidade de fazer regularmente – nem mais, nem menos – uma coisa favorita.

Alguma solução pode ser também a substituição do desafio por outra palavra: o plano, o objetivo ou até a ideia para realizar.


Para que pegar no desafio...

Em primeiro lugar – isso é uma boa escola para fortalecer o seu caráter. As vezes tem que se dizer constantemente não, as vezes não é a ultima palavra que se pode utilizar. Além disso, melhora o estado de espírito e construi a auto-confiança.

Então – não há importância nenhuma no fato que depois de três meses de exercícios o meu corpo ainda fica longe do ideal. O mais importante é que tenha conseguido atingir a meta.


...e porque falar sobre isso no Facebook?

É fácil. Desta maneira faz-se um acordo não apenas com si próprio – há muitas pessoas que sabem sobre o desafio e mesmo que se queria desistir, seria um pouco de vergonhoso fazê-lo. Nem todos precisam disso, mas de vez em quando este tipo de apoio pode ajudar. 


Os meus desafios mais satisfatórios são:
1. Passar 28 exames – teóricos e pratico – num curso de guias de montanhas.
2. Correr 1000 km em 6 meses.
3. Saltar à corda quase todos os dias por mais de um ano (que me ajudou muito depois, durante a minha primeira viagem de bicicleta com alforges pelos Alpes).


Portanto ainda que vivamos numa época de moda de desafios, eu estou certa que ela é uma destas modas que podem fazer muito bem.

9º postal – Como mastigar coca?

Escrito por 23.6.17
Bolívia, Peru 2016

Como mastigar coca? Pôr as folhas na boca e começar a mastigar – é simples, não é?

É! Mas embora seja apenas um mastigar inocente, sempre desperta muitas emoções. Associações com cocaína são tão fortes que muitas vezes não há a certeza quem está mais envergonhado quando se fala sobre coca: aquele que a provou ou aquele que só está a ouvir isso. Na Europa. 

Nos Andes é estranho não mastigar coca, a planta que nesta área  cujas condições são específicas  ajuda em sobreviver. Como? Em primeiro lugar, dilui o sangue. Portanto nas altitudes de 4–5 mil metros literalmente pode salvar a vida. Em segundo lugar, coca é rica em micronutrientes como cálcio ou fósforo. Esta planta desde séculos tem inchando a barriga dos Índios, matando a fome. 


Enquanto estar na Bolívia vale a pena visitar o Museo de la Coca, que fica no centro de La Paz. Num espaço pequeno está explicada toda a historia de coca desde o início até aos dias de hoje, quando em varios países a planta dos Incas tornou-se um assunto proibido.   

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