O mundo gira em torno dos
desafios: nádegas firmes num mês, cabelo brilhante em 7 dias, a dieta sem doces
por um ano, 52 livros em 52 semanas, ser feliz por 363 dias por ano. É bom
pegar pelo menos num e contar publicamente como vai a realização dele.
Desde que me lembro, agarro os desafios – estava a fazer isso mesmo quando
não havia computador em minha casa e quando a ideia das redes sociais aparecia
só nas cabeças de fãs de ficção cientifica. Sempre gostei de fazer planos,
classificá-los, pô-los em ordem e realizar passo a passo. Sem planos morreria
miseravelmente numa multidão de ideias e tentativas de implementá-las todas ao
mesmo tempo. Portanto vou defender a ideia dos desafios, ainda que alguém vá
dizer que não há dúvida que as minhas coxas não conseguirão emagrecer durante
um mês!
A mesma pessoa pode também perguntar: – Porquê viver sob pressão tão grande? Não seria mais fácil não ter
nenhuma obrigação mais do que as que devemos ter na nossa vida?
– Não.
A palavra desafio associa-se
muitas vezes a uma dedicação grande. As vezes também a uma ação sem sentido
porque, por exemplo, é obvio que para alguém que jamais tenha feito qualquer
actividade física e pega no desafio “fica como a Mel B em 3 meses!” é
impossível ficar com um corpo atlético num trimestre.
Contudo simultaneamente vale a pena lembrar que o desafio feito dá também uma satisfação. Eu
prefiro lembrar do prémio que está a esperar por mim do que as dificuldades
(que não podemos contornar). Outra coisa é que o desafio pode dar prazer.
Quando se gosta de correr e se pega o desafio „fazer a distância de 500 km em 5 meses”,
enfrenta-se uma possibilidade de fazer regularmente – nem mais, nem menos – uma
coisa favorita.
Alguma solução pode ser também a substituição do desafio por outra palavra: o
plano, o objetivo ou até a ideia para realizar.
Para que pegar no desafio...
Em primeiro lugar – isso é uma boa escola para fortalecer o seu caráter. As
vezes tem que se dizer constantemente não,
as vezes não é a ultima palavra que
se pode utilizar. Além disso, melhora o estado de espírito e construi a
auto-confiança.
Então – não há importância nenhuma no fato que depois de três meses de
exercícios o meu corpo ainda fica longe do ideal. O mais importante é que tenha
conseguido atingir a meta.
...e porque falar sobre isso
no Facebook?
É fácil. Desta maneira faz-se um acordo não apenas com si próprio – há
muitas pessoas que sabem sobre o desafio e mesmo que se queria desistir, seria
um pouco de vergonhoso fazê-lo. Nem todos precisam disso, mas de vez em quando
este tipo de apoio pode ajudar.
Os meus desafios mais
satisfatórios são:
1. Passar 28 exames – teóricos e pratico – num curso de guias de montanhas.
2. Correr 1000 km
em 6 meses.
3. Saltar à corda quase todos os dias por mais de um ano (que me ajudou
muito depois, durante a minha primeira viagem de bicicleta com alforges pelos
Alpes).
Portanto ainda que vivamos numa época de moda de desafios, eu estou certa
que ela é uma destas modas que podem fazer muito bem.