Como ser mãe e não ficar maluca?

Sou mãe. Felizmente a gravidez não pode durar sempre e desde o fevereiro a minha vida tem consistido em leite e fraldinhas. Felizmente já não me sinto como uma mistura de elefante, caracol e boneco de neve (ler mais sobre isso aqui: link). E, também felizmente, já posso verificar as frases mais frequentas ditas pelas mães novas. Aqui são elas:

1. Não durmo.
Prefiro não dormir muito com a boa razão do que dormir 15 horas por dia por 9 meses e sentir-se ainda mais cansada. 

2. As fraldinhas fazem a minha vida! Estou farta de cocó!
Penso que seria mais provável ser mãe e não perceber o comportamento da sua criança do que ser mãe e não ter o conhecimento sofisticado sobre o sistema digestivo dela. Podia escrever um livro sobre este assunto, mas aqui vou poupar-vos os detalhes. Basta dizer segundo do Terêncio: Sou um homem: nada do que é humano me é estranho.  
Contudo as boas fraldinhas não são más. Sempre quando vou dispor os lixos sinto-me muito segura a ter comigo um saco com fraldinhas sujas. É tão pesado como se fosse pedra e por isso pode facilmente tornar-se numa arma. Quando precisar, usá-lo-ei para me defender.



3. A minha vida é cocó da minha criança, não meu. Não tenho tempo para nada!
Gosto da teoria que diz que é impossível amar o bebé demasiado e a outra – que diz que as vezes é saudável deixá-lo chorar para ele saber que não pode ter tudo o que quer – fica muito longe da minha visão do mundo. Todavia tenho a certeza que não há nada de mal em ir à casa de banho sempre quando precisamos disto. Ser aterrorizada por si própria é o pior que pode acontecer no início da maternidade. 
Falta de tempo e um cansaço grande enquanto ter o bebé são factos, mas não tomar banho, não sair de casa, não encontrar-se com amigos, não comer – é também muitas vezes a nossa decisão. A nossa criança não tem culpa nenhuma que estamos desorganizadas. Não digo isso porque eu estou. Pelo contrário. Mas várias vezes ao tomar banho incomoda-me mais o Facebook do que o meu filho.    

4. Não POSSO ter tempo. A minha criança é um rei/uma rainha – tenho que servi-la. 
Lamento muito. O meu filho é apesar tudo um humano. Eu também. E nós ambos precisamos de respeito. 
Há diferença grande entre cuidar da criança e servi-la. Claro que quando menino ou menina ainda é bebé o comportamento das mães que representam destas duas maneiras de pensar é (porque tem que ser) semelhante. O problema começa depois. Então desde início prefiro lembrar-me do único amigo que pode-nos ajudar para que esta relação fique saudável. Ele chama-se compromisso.

5. Ter os filhos significa um grande sacrifício. 
É obvio que a criança humana na idade de 2, 5, 12, 24... meses teria dificuldades em sobreviver sem ajuda de alguém mais velho. Então alguém tem que cuidá-la e a mãe parece ser a melhor opção. Além disso, já foram outros que cuidaram de nós, portanto agora é nossa vez. É natural. 
Por isso definitivamente prefiro a palavra maternidade do que martírio



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