O bem sempre ganha [exercício de livro]

Estou a trabalhar para enriquecer o vocabulário português e utilizar mais do que dois tempos do indicativo. Portanto as vezes vou publicar textos pouco espertos, mas concentrados num concreto problema linguístico.
Abaixo uma história com uso das expressões idiomáticas que contêm alguma parte de corpo na sua estrutura.


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Era uma vez uma menina bonita, a Madalena. Morava numa cidade grande, exatamente a mesma em que quase ninguém conhece até o seu vizinho mais próximo. Vivia a vida normal: era uma estudante na universidade local e, às tardes, trabalhava num restaurante italiano como a empregada de mesa. Mesmo que não fosse uma pessoa que fala pelos cotovelos, ela prestava atenção a si. Era devido aos seus grandes olhos verdes, que pareciam dizer: Nunca, nunca dou com a língua nos dentes, podem confiar em mim. Portanto todos os clientes do restaurante gostavam mesmo de ser servidos por ela, a saber que a menina não vai fazer ouvidos de mercados, sobre o que eles falam. Apesar de estar muito ocupada, a Madalena sempre conseguia ouvi-los e responder-lhes agradavelmente.

O dono de restaurante apreciava a sua atitude e, como não era unha de fome, pagava-lhe  mais do que aos outros empregados. O que é muito fácil de deduzir, rapidamente os outros começam a ter dor de cotovelo por isso. Um bom exemplo podia ser a melhor amiga da Madalena, que se chamava Alice. Não era menos bonita, mas o olhar dela era muito mais frio e inacessível. Desde o dia quando a Alice tinha descoberto qual era o salário da Madalena, não pregava olho a pensar o que ela poderia fazer para o dono de restaurante ficar de pé atrás com a sua amiga. 

Vale a pena lembrar duma verdade triste: quando o nosso grande amigo mete o nariz na nossa vida, não podemos dormir calmamente a pensar que temos as costas quentes no trabalho. O perigo vem do lado o menos previsível...  

Uma manhã a Alice tinha decidido fingir que a Madalena roubou o dinheiro da caixa do restaurante e depois, a rir-se maliciosamente, saiu de casa. 

Era cedo, o restaurante ainda estava vazio. Mas a caixa – cheia do lucro de ontem. A Alice não quis perder o tempo. Em breve tirou todo o dinheiro e começou a colocá-los na mala da Madalena. Infelizmente para ela, não reparou que um cliente que já tinha a barriga a dar horas, entrou na cozinha e viu tudo. Ainda pior, foi o seu próprio namorado! Em seguida, a Madalena também apareceu na cozinha. E embora a Alice tenha dado o braço a torcer, ninguém acreditou nela. Desta maneira perdeu a amiga, e o namorado. E o trabalho!  

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